sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Filho único é mais feliz?


É o que mostra um estudo sobre vida familiar, realizado com 100 mil pessoas, na Grã-Bretanha. Uma das razões seria porque a criança não tem de lutar pela atenção dos pais


Por: Bruna Menegueço


Foi-se o tempo em que ser filho único era sinônimo de ser mimado. O mito nasceu em 1896 com o livro “Of Peculiar and Exceptional Children, do psicólogo americano Granville Stanley Hall e influenciou pesquisadores durante décadas. Nele, o especialista descrevia os filhos únicos como pouco sociáveis e superprotegidos. 

Recentemente, no entanto, novos trabalhos surgiram mostrando que não existem diferenças significativas no desenvolvimento emocional dos filhos criados sozinhos daqueles educados com irmãos. E mais: um estudo feito pela Universidade de Essex, na Grã-Bretanha, com mais de 100 mil pessoas em 40 mil lares, revelou que filhos únicos são mais felizes do que aqueles que têm irmãos

Segundo a coordenadora da pesquisa Mas Gundi Knies, as principais razões para chegar a esse resultado é que o filho único não precisa lutar pela atenção dos pais, não sofrebullying dos irmãos mais velhos, nem recebe apelidos maldosos. Além disso, tem todo o investimento dos pais, ou seja, sobra mais dinheiro para se investir na educação da criança. 

Se o problema era aprender a dividir, é preciso levar em conta que a realidade mudou. Há 20 anos, a maioria das mães não trabalhava e conseguia acompanhar os filhos o tempo todo. Nesse caso, um filho único teria toda a atenção para si. “Atualmente, é cada vez maior o número de mães que trabalham e a criança tem que aprender a dividir a atenção dos pais com outras prioridades”, diz Rita Calegari, psicóloga infantil do Hospital São Camilo (SP) e colunista da CRESCER. 

Outra mudança está na idade em que as crianças entram na escola. Se antes elas começam a estudar aos 6 anos; hoje, é comum irem para o berçário com 1 ano apenas. E essa é uma nova chance de conviver com outras crianças, fazer amigos e, de novo, aprender a compartilhar. 

“Os filhos únicos ainda saem ganhando porque aprendem a ficar sozinhos e esse momento é importantíssimo para pensar, imaginar e formar a própria identidade”, completa Rita. O mais importante, com ou sem irmãos, é que a família seja unida. Isso, sim, é garantia de felicidade!



Filho único não tem dificuldade em fazer amigos

Novo estudo mostra que crianças podem desenvolver tão bem na escola quanto em casa as habilidades de se relacionarem socialmente.
Por: Cíntia Marcucci



Ser mãe e pai de filho único é ter mais algumas preocupações na cabeça. Será que não ter irmão será um problema para ele? Será que ele vai saber dividir as coisas? Como fazer para que ele não seja uma pessoa difícil e não cresça sem amigos? Muitas dessas questões dependem mesmo de como os pais educam e passam seus valores aos filhos, mas um novo estudo mostra que a família não é o único meio para que eles aprendam como se relacionar com outras com outras crianças. 

Dois sociólogos avaliaram mais de 13 mil estudantes adolescentes em diversas regiões dos Estados Unidos e concluíram que eles escolhem seus amigos independentemente de eles serem filhos únicos ou terem irmãos. Para fazer a pesquisa eles mostravam aos alunos de cada escola um álbum com fotos de todos os seus colegas e pediam que apontassem seus amigos dentre eles. Dentre os mais populares havia tanto crianças filhas únicas quanto outras que tinham irmãos de sangue e irmãos adotivos. 

Um estudo anterior de 2004, feito por um dos autores desta nova pesquisa, demonstrava que no jardim de infância era possível notar que quem não tinha irmãos não tinha habilidades tão boas de se relacionar com as outras crianças quanto quem tinha. O próprio sociólogo aponta uma explicação para essa diferença: é que ao longo dos anos, a convivência na escola dá um monte de oportunidades para tanto os filhos únicos quanto os que têm irmãos desenvolverem novas habilidades para o relacionamento social. 

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